77 Exercícios
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Mudando o passado em sua mente

Um evento pode ser atualizado por mais de um eu provável, porém, você se assemelhará a alguns eu’s prováveis mais do que a outros.

Como você está envolvido psicologicamente numa gestalt complexa como esta e como as conexões mencionadas anteriormente existem, você pode se beneficiar até certo ponto das habilidades e conhecimentos possuídos por estas porções prováveis de sua personalidade.

As conexões proporcionam muitas “interferências astrais”.

Porém, uma vez que você esteja atento aos sistemas prováveis, aprenderá também a se tornar alerta ao que aqui chamarei de “impulsos intrusivos benignos”.

Tais impulsos pareceriam estar desconectados de seus próprios interesses atuais ou atividades; intrusivos por se tornarem rapidamente em consciência, com um sentido de estranheza, como se não fossem seus mesmo.

Frequentemente eles podem oferecer pistas de vários tipos.

Você pode não saber absolutamente nada sobre música, por exemplo, e numa tarde, no meio de alguma atividade mundana, ser golpeado por um súbito impulso de comprar um violino.

Tal impulso poderia ser uma indicação de que outra porção provável de sua identidade é talentosa com aquele instrumento.

Não estou lhe dizendo para correr a comprar um, mas você poderia agir pelo impulso tanto quanto razoavelmente possível – alugando um violino, simplesmente se familiarizando com um violino, etc.

Você aprenderia o instrumento muito mais rápido, você vê, se o impulso fosse originado com um eu provável.

Sem dizer que eus prováveis existem em seu “futuro” tanto quanto em seu passado.

É uma política muito pobre enfatizar aspectos desagradáveis do passado que você conhece, porque algumas porções de seu eu provável podem ainda estar envolvidas naquele passado.

A concentração pode permitir grandes interferências astrais e identificação adversa porque aquela parte será um histórico que você tem em comum com quaisquer eu’s prováveis que pulam daquela fonte particular.

Enfatizar a possibilidade de doença ou desastre é política igualmente pobre, pois você estabelece redes negativas que não precisam ocorrer.

Você pode, teoricamente, alterar seu próprio passado, como você o conheceu, pois tempo não é mais algo divorciado de você do que as probabilidades o são.

O passado existiu de maneiras multidimensionais.

Você apenas experienciou um passado provável.

Mudando este passado em sua mente, agora, em seu presente, você pode mudar não apenas a natureza dele, mas o efeito dele, e não apenas em si mesmo, mas nos outros.

Finja que um evento particular aconteceu que o tenha perturbado grandemente.

Imagine em sua mente que isto simplesmente não se apagou, mas foi substituído por outro evento de natureza mais benéfica.

Agora, isto precisa ser feito com grande vivacidade e validade emocional e por muitas vezes.

Não é uma auto-decepção.

O evento que você escolheu automaticamente será um evento provável, que de fato acontece, embora não seja o evento que você escolha perceber em seu determinado provável passado.

Telepaticamente, se o processo for terminado corretamente, sua idéia também terá afetado qualquer pessoa que estava conectada com o evento original, embora ela possa escolher rejeitá-la tanto quanto aceitar sua versão.

Este não é um livro sobre técnicas; assim, não entrarei profundamente neste método particular, apenas mencionando- o aqui.

Porém, se lembre que, de um modo bastante legítimo, muitos eventos que não são fisicamente percebidos ou experienciados são tão válidos quanto aqueles que são, e são, tão reais em seu próprio ambiente invisível psicológico.

Então, em seus termos, há prováveis eventos futuros ilimitados, para os quais agora você está estabelecendo bases.

A natureza dos pensamentos e sentimentos que você origina e aqueles que você, habitual ou caracteristicamente , recebe estabelecem um padrão; assim, você escolherá a partir daqueles futuros prováveis, os eventos que fisicamente se tornarão sua experiência.

Por haver interferências astrais e interconexões, é possível para você se sintonizar em um “evento futuro”, digamos, de uma natureza infeliz, um evento para o qual você é lançado se continuar em seu curso presente.

Um sonho sobre ele, por exemplo, pode lhe amedrontar tanto que você evita o evento e não o vivencia.

Nesse caso, tal sonho é uma mensagem de um eu provável que experienciou o evento.

Assim, uma criança pode receber, num sonho, tais comunicações de um eu futuro provável, de tal natureza que sua vida é completamente modificada. A identidade inteira está sendo agora. Todas as divisões são meramente ilusões, assim um eu provável pode oferecer uma mão de ajuda para outra, e através destas comunicações interiores os vários eus prováveis, em seus termos, começam a entender a natureza de suas próprias identidades.

 

Seth acrescenta mais sobre este exercício em ‘O indivíduo e a natureza dos eventos de massa’

Agora: em certos termos, o passado, o presente e o futuro [de sua vida presente] estão todos compactados em qualquer dado momento de sua experiência.

Qualquer um desses momentos é, portanto, um portal para toda a sua existência.

Os eventos que você reconhece como acontecendo agora são simplesmente específicos e objetivos, mas o elemento mais ínfimo em qualquer experiência do momento também é simbólica de outros eventos e outras épocas.

Cada momento é então como um mosaico, apenas em sua história de vida atual você segue apenas uma cor ou padrão e ignora outras.

Como mencionei [em outros livros], você pode realmente mudar o presente até certo ponto alterando propositadamente um evento em sua memória.

Esse tipo de síntese pode ser usado em muitos casos com muitas pessoas.

Tal exercício não é um método teórico, esotérico, impraticável, mas um método muito preciso, volátil e dinâmico de ajudar o eu presente acalmando os medos de um eu passado.

Aquele passado eu também não é hipotético, mas ainda existe, capaz de ser alcançado e de mudar suas reações.

Você não precisa de uma máquina do tempo para alterar o passado ou o futuro.

Essa técnica é altamente valiosa.

Não apenas as memórias não estão ‘mortas’, elas mesmas estão sempre mudando.

Muitos se alteram quase completamente sem que você perceba.

Em seu (não publicado) “novelas de aprendiz”, Ruburt (Jane) fez duas ou três versões de um episódio com um padre que ele tinha conhecido em sua juventude.

Cada versão na época em que ele a escreveu representava sua memória honesta do evento.

Os fatos nus eram mais ou menos os mesmos, todo o significado e interpretação de cada versão diferia tão drasticamente que essas diferenças superavam em muito as semelhanças.

Como o episódio foi usado em duas ou três ocasiões diferentes, Ruburt pôde ver como isso mudou a memória.

Na maioria dos casos, no entanto, as pessoas não estão cientes de que as mudanças de memória ou que os eventos que eles pensam que se lembram são tão diferentes.

A questão é que os eventos passados crescem.

Eles não estão acabados.

Com isso em mente, você pode ver que vidas futuras são muito difíceis de explicar de dentro de sua estrutura.

Uma vida completa em seus termos não é mais concluída ou feita do que qualquer evento.

Há simplesmente um ponto de corte em seu foco de sua estrutura, mas é tão artificial quanto, basicamente, a perspectiva é aplicada à pintura.

Não é que o eu interior não esteja ciente de tudo isso, mas que já escolheu uma estrutura, ou um determinado quadro de existência, que enfatiza certos tipos de experiências em detrimento de outras. 

3 Comentários
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Já fiz algumas coisas parecidas quando fiz sessão de thetahealing ano passado, conversando com minha criança na infância e tal. Esse exercício me lembrou isso.
Também quando fiz hipnose clínica para tratar também questões que eu sei que me afetavam na vida adulta e a origem era na infância. Em algum momento depois de acessar memórias que eu sequer recordava, o hipnoterapeuta foi reescrevendo o passado de outra forma.
Isso me libertou e me ajudou. Vou procurar fazer novamente sozinha, sem terapeutas, e mudar o passado. Ainda preciso curar coisas que estão no passado.
Gratidão pelo conteúdo.

Muito interessante! Fiquei me perguntando se “mudar o passado”, com a minha perspectiva limitada, não desconsideraria que o que acontece é o melhor que poderia ter acontecido. A escolha por perceber daquela forma, naquele momento, me levou por um caminho que me trouxe até aqui. Se a tentativa de “abrandar o sofrimento” do passado não poderia levar, com ela, as inúmeras lições/aprendizados que me constituíram. A escolha pelo passado de um “eu provável” é totalmente minha? Ou orquestrada pela consciência infinita?

Esse exercício muito se assemelha ao que Jung chamou de imaginação ativa. Cada indivíduo pode realizar esse exercício conforme suas aptidões de percepção sejam mais facilitadoras do processo. Por exemplo: alguns podem sentir melhor uma experiência por visualização de imagens, outros pela fala, outros pela escrita, outros pelo desenho, etc… Sempre no intuito de representar o evento e suas consequências… A psicologia e a neurociência aponta que o trauma não decorre dos fatos, mas sim da reação emocional do indivíduo àquele fato, às associações emocionais ao evento, que é o que Seth denomina de “identificação”. A reação emocional e sensorial é como uma carga de energia – choque – imprimida ao evento. Daí a denominação trauma, palavra que vem do Grego e significa ferida. Conforme a intensidade dessa reação emocional, a ferida é maior ou menor, mais ou menos sentida. Cada lembrança do evento associada à emoções e sensações de sofrimento é como cutucar uma ferida em cicatrização, prolongando o estado de dor. Daí vem a expressão “ferida aberta”. Mude a frequência de energia associada a um determinado evento, mude sua reação emocional, por meio de compreender o evento com outro significado que lhe traga sensações mais agradáveis, sinta essa sensação, acredite que isso é uma reedição do evento, e está feita a mágica. Conte a história que está na sua memória com novos elementos de interpretação positivos sobre você e sobre as demais pessoas envolvidas, sinta os efeitos positivos desses novos elementos, use todos os sentidos físicos e emocionais positivos disponíveis. Não é sobre eliminar, mas sobre agregar. Adicione significados, interpretações positivas, quantas forem possíveis, e equilibre as respostas emocionais àquele evento até senti-lo como neutro, ou vá além e desequilibre tendendo ao positivo. Reconheça e sinta os efeitos benéficos daquele evento.

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