Sentindo sua existência interior separada do espaço
Para outro exercício, imagine que você está inteiramente em outra parte do mundo, mas no tempo presente, e faça a si mesmo as mesmas perguntas. Para variar, siga mentalmente suas próprias atividades do dia anterior. Coloque-se uma semana à frente no tempo. Conduza suas próprias variações desses exercícios. O que eles vão te ensinar não pode ser explicado, pois eles vão fornecer uma dimensão de experiência, um sentimento sobre si mesmo que pode fazer sentido apenas para você.
Eles o ensinarão a encontrar suas próprias sensações de si mesmo, divorciadas do contexto oficial da realidade, no qual você geralmente percebe seu ser. Além disso, você estará mais apto a lidar com os acontecimentos atuais, pois sua imaginação exercitada lhe trará informações que serão cada vez mais valiosas.
Não comece usando sua imaginação apenas para resolver problemas atuais, pois, novamente, você vinculará sua criatividade a eles e a prejudicará por causa de suas crenças sobre o que é prático.
Feitos de forma lúdica, esses exercícios colocarão em ação outros eventos criativos. Isso envolverá a utilização de alguns dos sentidos internos, para os quais você não tem correlações objetivas. Você entenderá melhor as situações da vida cotidiana, porque terá habilidades internas ativadas que lhe permitirão perceber subjetivamente a realidade das outras pessoas da maneira que as crianças fazem.
Há uma habilidade interior, permitindo maior sensibilidade aos sentimentos dos outros do que você reconhece atualmente. Essa habilidade será ativada. Novamente, os poderes do cérebro vêm da mente, então, enquanto você aprende a centralizar sua consciência em seu corpo – e necessariamente assim -, suas percepções internas percorrem um alcance muito maior. Antes de dormir, então, imagine sua consciência viajando por uma estrada ou pelo mundo – o que você quiser. Esqueça seu corpo. Não tente deixá-lo para este exercício. Diga a si mesmo que você está viajando imaginativamente.
Se você escolheu um destino familiar, imagine as casas pelas quais você pode passar. No entanto, às vezes é mais fácil escolher um local desconhecido, pois assim você não fica tentado a se testar à medida que avança, imaginando se as cenas imaginadas estão ou não de acordo com sua memória.
De uma forma ou de outra, sua consciência estará de fato viajando. Novamente, uma atitude lúdica é melhor. Se você retê-lo e se lembrar dos jogos infantis, então o caso será inteiramente agradável; e mesmo que você experimente eventos que pareçam assustadores, você os reconhecerá como pertencentes à mesma categoria dos eventos assustadores de uma brincadeira infantil.
As crianças muitas vezes se assustam. Existem várias razões para tal comportamento. As pessoas geralmente optam por assistir a filmes de terror pelo mesmo motivo. Normalmente, o corpo e a mente estão entediados e, na verdade, procuram estresse dramático. Sob condições usuais, o corpo é restaurado e liberado, por assim dizer – através da liberação de hormônios que foram retidos, muitas vezes por meio de hábitos repressivos.
O corpo buscará sua liberação, e a mente também. Sonhos, ou mesmo devaneios de natureza assustadora, podem cumprir esse propósito. O jogo criativo da mente muitas vezes serve para eventos simbólicos que resultam em reações físicas terapêuticas, e também funcionam como sugestões pós-sonho que oferecem dicas de ação corretiva.
Menciono isso aqui simplesmente para apontar a semelhança entre alguns sonhos e algumas brincadeiras infantis, e para mostrar que todos os sonhos e todas as brincadeiras estão intimamente envolvidos com a criação e a experiência de eventos.
Sessão 793, Página 178